sexta-feira, 27 de julho de 2012

Manual da Vida na Fazenda da cidade

Todos os dias programo o som de galo do celular para cantar e me acordar..
Ao levantar, ordenho a caixinha de leite e saboreio o pão que tenho a certeza de que é caseiro mas que sei que nem foi feito em casa. A padaria fica ao lado da plantação de café, milho, açúcar, quero dizer, supermercado..
Me arrumo, visto minha bota e arreio meu cavalo esticando a mão para parar o ônibus. O galoupante lotad...o me traz a sensação de estar no galinheiro da minha fazenda imaginária. Só não cabe perfeitamente a comparação porque a moradia das minhas aves chegaria no horário marcado!
Depois de longos e muitos minutos no rodeio de equilíbrio da condução, passo o dia na lavoura, manuseando a enxada dos papéis e cliques no mouse e semeando as letras na terra fertilizada do word.
Enfrento o galinheiro móvel para voltar da lavoura profissional rumo ao meu chalé no quarto andar. Mesmo em meio a gritaria e chuva de penas, pego minha viola guardada no MP alguma coisa e conecto ao fone de ouvido para terminar o dia, observando a lua que aparece atrás da montanha quadrada, cheia de janelinhas e luzes acesas...

(PARIS, Letícia. 2012)

Um comentário:

Priscila disse...

oi, gostei desse texto! Combina comigo tbm!!um bjo