terça-feira, 4 de março de 2014

O silêncio do barulho das coisas...

Aquela velha história de que o silêncio vale mais que mil palavras é a mais pura das verdades e digo isso por experiência e terapia própria! Nos momentos mais extremos das confusões que a vida nos coloca, a melhor das sessões terapêuticas que se pode encontrar é não dizer nada e tentar não pensar em nada... isso mesmo: nada! Inclusive não pensar que não se está pensando em nada. Confuso, né? Mas é exatamente isso, afinal, nestes momentos a gente geralmente já pensou e disse tudo o que podia e a solução é fazer o inverso para que as respostas é que cheguem naturalmente. 
Ouvir o barulho das coisas ao redor, sem sentido nenhum, sem concentração nenhuma, pode trazer a paz que seus 15 comprimidos diários de calmante não garantem. 
Confiar no silêncio do barulho das coisas, como ouvir o encher de um copo com água ou o ronco dos carros que passam na rua de frente à sua janela simplesmente deixando invadir pelo som, funciona mais ou menos como o silêncio usado no cinema para que, sem ouvir nada, a gente sinta o impacto das emoções e, assim, entenda em que momento estamos passando. Ninguém nunca se atenta para isso enquanto vê um filme pelo simples fato de que as tensões do silêncio nos envolvem tanto que o fato de se ver de repente em meio a um breu dos ouvidos torna-se menos importante diante do que se sente.
Assim, desligue essa TV aí e até mesmo o computador (claro que, depois de terminar de ler meu texto) e aventure-se em ouvir a quantidade de nada ao seu redor. Te garanto que muitas dessas soluções que você tanto precisa vão surgir ou, pelo menos, boa parte do barulho desnecessário dos seus pensamentos vão melhorar. Aliás, que fique claro que eu terminaria este texto com uma daquelas sacadas humorísticas de sempre se não estivesse parando agora para uma sessão intensa sobre o silêncio do barulho das coisas...

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Uma história qualquer ou a história de quem quiser...

De todas as histórias que ouvia
as que mais lhe interessava eram as que traziam algo bom
Mas ao fim do dia tudo aquilo que fazia
na verdade não era sua a decisão

O que Pedro não sabia
é que enquanto ele ria
fingindo não pensar

A sua vida passava na janela
com tudo aquilo que ele era
mas insistia em não enxergar

Depois de mil chamados para rir na vida
respondeu sim para a amiga
E saiu de casa para arejar

Nessa saída conheceu a linda Elisa
Que, distraído como sempre, acabou por não notar
Mas dizem mesmo que quando o destino junta

Pode desabar o mundo
que tudo acaba certo
Dois dias se passaram e curtindo um feriado
foram ficando mais perto

Conversa vai, conversa vem
Música boa além
Um convite pra dançar
Foi a melhor noite da vida
Sentindo o rosto de Elisa
E o coração a palpitar

E a bananice de Pedro
deu lugar ao desejo
De não deixa-la ir embora
Enquanto abraçava Elisa
Que mostrava que a vida
Esperava lá fora

Felicidade de tempos
Ela o ajudou em mil conquistas
A sair do comodismo e também a se conhecer
Ele, disposto e feliz,
Queria retribuir a ela
Pra estarem juntos mesmo até envelhecer

Foram-se meses
e com o passar dos dias
algumas coisas pareciam mais difíceis por aqui
E a Elisa, pulso firme, apoiava
mas pedia que ele logo começasse a agir

Então o moço que não se defendia das coisas
Passou a ter sua postura
e resolver as situações
E foi provando seu amor pela Elisa
Também a cada passo que dava em suas decisões

Afinal pra quem não sabe viver
a escolha é obedecer
e se anular do que quer
Mas quando se abre o olho pra atitude
e se busca objetivos
pode vir o que vier

Assim, o amor de Pedro pela Elisa só aumenta
e até com as manias dela ele já está acostumado
Como em cada vez que ao sair
ele volta e confere pra ela se tudo está desligado

Como em tantas outras histórias
o empenho dos dois
faz de tudo mais bonito
Porque a verdadeira conquista
de tudo vem de um belo dia a dia construído!

(PARIS, Letícia. 2013)