quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Uma história qualquer ou a história de quem quiser...

De todas as histórias que ouvia
as que mais lhe interessava eram as que traziam algo bom
Mas ao fim do dia tudo aquilo que fazia
na verdade não era sua a decisão

O que Pedro não sabia
é que enquanto ele ria
fingindo não pensar

A sua vida passava na janela
com tudo aquilo que ele era
mas insistia em não enxergar

Depois de mil chamados para rir na vida
respondeu sim para a amiga
E saiu de casa para arejar

Nessa saída conheceu a linda Elisa
Que, distraído como sempre, acabou por não notar
Mas dizem mesmo que quando o destino junta

Pode desabar o mundo
que tudo acaba certo
Dois dias se passaram e curtindo um feriado
foram ficando mais perto

Conversa vai, conversa vem
Música boa além
Um convite pra dançar
Foi a melhor noite da vida
Sentindo o rosto de Elisa
E o coração a palpitar

E a bananice de Pedro
deu lugar ao desejo
De não deixa-la ir embora
Enquanto abraçava Elisa
Que mostrava que a vida
Esperava lá fora

Felicidade de tempos
Ela o ajudou em mil conquistas
A sair do comodismo e também a se conhecer
Ele, disposto e feliz,
Queria retribuir a ela
Pra estarem juntos mesmo até envelhecer

Foram-se meses
e com o passar dos dias
algumas coisas pareciam mais difíceis por aqui
E a Elisa, pulso firme, apoiava
mas pedia que ele logo começasse a agir

Então o moço que não se defendia das coisas
Passou a ter sua postura
e resolver as situações
E foi provando seu amor pela Elisa
Também a cada passo que dava em suas decisões

Afinal pra quem não sabe viver
a escolha é obedecer
e se anular do que quer
Mas quando se abre o olho pra atitude
e se busca objetivos
pode vir o que vier

Assim, o amor de Pedro pela Elisa só aumenta
e até com as manias dela ele já está acostumado
Como em cada vez que ao sair
ele volta e confere pra ela se tudo está desligado

Como em tantas outras histórias
o empenho dos dois
faz de tudo mais bonito
Porque a verdadeira conquista
de tudo vem de um belo dia a dia construído!

(PARIS, Letícia. 2013)

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O ônibus sempre vem antes do outro lado da rua..

Não importa sua pressa, para onde você está indo ou a chuva no dia em que você esqueceu o bendito guarda-chuva em casa por pensar ‘o ponto é logo ali e dá tempo de chegar sem se molhar’.Não sei, mas deve existir uma central de controle que registre seu lado da rua para mandar imediatamente uma condução do lado de lá. 
Assim como existe apenas um lado da rua para ficar as pessoas com milhões de sacolas e caixas, fogão, geladeira, micro-ondas, cachorro e todas as coisas existentes no mundo que não passam pela catraca: o seu lado da rua esperando o seu ônibus. 
Não é culpa de ninguém, não é lei da natureza, não é nenhum castigo pelos dias em que você ofendeu mentalmente o motorista que fechou a porta e foi embora quando você correu mortalmente para alcançá-lo. 
A única verdade é que não adianta esperar do outro lado da rua para tentar enganar a realidade,  pois a ordem de chegada da frota pública se divide em todas as possibilidades de linha antes da que você espera, e o preço da passagem é o pagamento pelo teste psicológico de paciência.

(PARIS, Letícia. 2012)


sábado, 10 de novembro de 2012

Traumas cotidianamente humanos


Algo pode ser pior e mais alarmante do que o um centavo que nos roubam no troco do pão.
O risco da vergonha visual acontece em um momento ímpar da vida: o trocar de roupas!

Confesso que na hora de vestir algumas camisetas ou calças ou qualquer coisa para manter este corpo confuso de acordo com os padrões, levanto o orgulho da beleza pós-trajado e me decepciono com a avessez da calça. 
Quem nunca mergulhou os pés no jeans e só depois percebeu que sobrava tecido demais na parte da frente, limitando as sobras das curvas traseiras que faça-se de desentendido. 
Não entendo como ninguém nunca concluiu oficialmente que, viajar em minhas indagações banheirísticas sobre a vida e as decisões inadiáveis deste momento são importantes demais para serem substituídas pela identificação dos lados de uma calça!
Na verdade deveria ser lei uma sinalização específica para este tipo de peça. Uma disciplina escolar, uma formação acadêmica para não se confundir ao cobrir o corpo.
O ser humano inventou a regra de vestir-se e nem ao menos pensou em formar as pessoas para isso sem confusão. 

Enfim, aguardo o dia em que poderemos cantarolar já do lado de fora do box sem interromper a nós mesmos dizendo “opa, tá ao contrário..”!

(PARIS, Letícia. 2012)

domingo, 4 de novembro de 2012

Versos rimados, porém demorados

Com o dia pacato
Eu pude entender
Que sozinho ele é chato
Até na TV

Aquele domingo 
Passado dormindo
Me fez perceber
Seu novo sentido

As horas que travam
Os relógios que vejo
Não rodam os ponteiros
Que tanto desejo

Hoje o silêncio 
Fala por mim
E eu que bem sei
Que nunca foi assim

Os tantos assuntos
Que adoro lembrar
Agora guardados
Vão ter que esperar

E a segunda-feira
Que chega atrasada
Já ganha a missão
De me tirar do nada.

(PARIS, Letícia. 2012)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Manual da Vida na Fazenda da cidade

Todos os dias programo o som de galo do celular para cantar e me acordar..
Ao levantar, ordenho a caixinha de leite e saboreio o pão que tenho a certeza de que é caseiro mas que sei que nem foi feito em casa. A padaria fica ao lado da plantação de café, milho, açúcar, quero dizer, supermercado..
Me arrumo, visto minha bota e arreio meu cavalo esticando a mão para parar o ônibus. O galoupante lotad...o me traz a sensação de estar no galinheiro da minha fazenda imaginária. Só não cabe perfeitamente a comparação porque a moradia das minhas aves chegaria no horário marcado!
Depois de longos e muitos minutos no rodeio de equilíbrio da condução, passo o dia na lavoura, manuseando a enxada dos papéis e cliques no mouse e semeando as letras na terra fertilizada do word.
Enfrento o galinheiro móvel para voltar da lavoura profissional rumo ao meu chalé no quarto andar. Mesmo em meio a gritaria e chuva de penas, pego minha viola guardada no MP alguma coisa e conecto ao fone de ouvido para terminar o dia, observando a lua que aparece atrás da montanha quadrada, cheia de janelinhas e luzes acesas...

(PARIS, Letícia. 2012)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Jornalismo é como futebol..

Existem dias em que nenhuma reportagem funciona, o juiz marca impedimento em todas as entrevistas que você tenta marcar, a gente perde o pênalti da cobertura exclusiva, a torcida manda milhões de e-mails reclamando do lance incrível que você perdeu ao esquecer uma vírgula no texto.
Em outros dias, porém, a bola rola ao nosso favor, a gente consegue chutar o escanteio e c...hegar a tempo na pequena área para marcar de bicicleta! Os entrevistados nos dão resposta dentro do prazo, e a zaga dos outros jornais sempre mostram um espaço pra contra-atacar. Mesmo na prorrogação, nesses dias de jogo bom a gente pensa em um assunto que ninguém falou e arma uma jogada digna de seleção. Aí, fica a sensação de dever cumprido, e não se sente o peso da camisa 10 do crachá de imprensa.
Mas é justamente esse jogo de golaços e frangos que motivam a sempre voltar com todo o ânimo aos gramados da redação!
 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Adolfo Guidi: dedicação e luta pela vida de um filho

Até onde o amor de um pai pode chegar para salvar a vida de seu filho? A história de Adolfo Celso e Vitor Guidi demonstra claramente este poder ilimitado do amor paterno.

Amor ao próximo sempre foi um dos princípios de Adolfo Celso Guidi, que desde pequeno gostava muito de ajudar aos outros. O ponto marcante de sua história de vida começa anos depois de uma trajetória de sucesso. Já casado e bem sucedido profissionalmente, Adolfo desfrutava de uma rotina intensa de trabalho e vivia com sua esposa e seu filho Vitor Giovani Thomaz Guidi, um garoto saudável e muito inteligente, que protagonizaria os próximos desafios de seu pai.

Hiperativo e muito esperto, Vitor era a alegria da casa da família Guidi, sempre sorrindo e feliz, o garoto cursou o Jardim I e II e, aos cinco anos seria matriculado na primeira série, pois era considerado uma criança a frente dos colegas de turma. Porém, alguns meses antes deste início no ensino fundamental, a escola onde ele estudava convocou uma reunião com seus pais, o tema da conversa eram as dificuldades apresentadas pelo menino. De um mês para o outro, tudo mudou no comportamento de Vitor. O garoto apresentava dificuldades em segurar o lápis e em realizar suas atividades. Sem conseguir escrever, o menino ensinava explicando aos seus colegas e isso acabava atrapalhando o andamento de suas aulas.

Com o agravamento da doença do filho, Guidi recorreu a vários médicos no país e nenhum deles conseguiu apresentar um diagnóstico. Depois de muitos exames, um dos doutores sem resposta ao caso do menino indicou a seu pai o contato com um laboratório argentino que poderia diagnosticar o caso de Vitor. O amor pelo jovem e a dedicação em descobrir qual era o mal que lhe afetava levou a família a Buenos Aires durante uma semana, realizando exames. Do laboratório Argentino veio a resposta ao questionamento sobre a doença do garoto: Vitor era portador de Gangliosidose GM1, uma doença degenerativa que apresenta-se de diversas maneiras, caracterizada como um erro do metabolismo na produção da enzima beta-galactosidade, degenerando as células cinzentas. O acúmulo de substâncias no corpo do indivíduo prejudica a utilização dos músculos e, com o tempo, o portador morre por falência múltipla dos órgãos.

Diante dos exames, o médico responsável esclareceu que não havia mais nada para fazer, pois a doença não possuía cura e, em geral, seus portadores sobrevivem, no máximo, até os onze anos de idade. Com muitos motivos para desanimar, o pai de Vitor resolveu abraçar o desafio de encontrar a cura para seu filho, mesmo contrariando a medicina e todos os estudos já realizados até a época. “Quando o médico me disse que ele não teria muito tempo de vida eu decidi que não aceitaria isso e que iria lutar como pudesse para salvá-lo”, afirma Guidi.

Assim, o engenheiro mecânico deixou seu papel básico de pai e passou a dedicar-se também na função de pesquisador, decidiu abandonar seu emprego bem sucedido na concessionária de veículos e todas as suas atividades para empenhar-se na busca pela cura ou tratamento para a doença de seu filho. Consciente de que a troca de sua carreira profissional lhe custaria muitos desafios, Guidi pegou o dinheiro resultante do acerto pelo longo tempo de trabalho e tentou negociar com o banco a quitação de sua casa, que havia sido financiada. Porém, o banco não aceitou sua proposta e ele decidiu investir totalmente na descoberta de um tratamento para Vitor.

Com um objetivo motivado pela decisão fixa de não se deixar abater pelos resultados dos diagnósticos do filho, o pai dedicado passou a frequentar diariamente a biblioteca do setor de Medicina da Universidade Federal do Paraná, onde dedicava as horas de seus dias empenhado no estudo de enzimologia e das diversas áreas que poderiam levá-lo a inédita descoberta de como reverter o quadro clínico de Vitor.

Contrariando todas as expectativas de reação, Adolfo foi criticado por muitos, que afirmavam ser loucura sua atitude de renúncia por uma pesquisa arriscada em busca de uma cura improvável para o garoto. Nesta época, Guidi já possuía maiores responsabilidades por sua família, visto que já possuíam mais uma filha, a Gabriella, cujo nome foi escolhido pelo próprio Vitor. Com isso, muitos amigos e familiares afirmavam não ser sensata a sua decisão e seu pensamento excessivamente otimista. Porém, mesmo com as críticas, o pai empenhado prosseguia seus estudos.

Depois de longos meses de dedicação, chegou a conclusão de que era preciso entender o funcionamento da doença e descobrir como resolvê-la. No caso de Vitor, Adolfo descobriu que era necessário suprir seu metabolismo e forçar o corpo do garoto a produzir da enzima que lhe faltava. Encontrando a solução necessária para o tratamento do filho, Guidi encontrou também, após um ano e meio de estudos, a enzima que poderia ser utilizada na realização deste tratamento. Em seguida, a busca foi intensa para encontrar laboratórios que poderiam disponibilizar estas enzimas. Com muita pesquisa e dedicação, sua busca obteve resultado, e Adolfo conseguiu elaborar um medicamento inédito para Vitor. Durante seis meses de tratamento com a solução elaborada pelo pai, o garoto passou a apresentar indicativos de melhoras em seu organismo. Sua percepção das coisas ao redor foi evoluindo, a rigidez de seus músculos foi cedendo, passou a apresentar expressões faciais que antes não apresentava, até que sua doença, caracterizada como degenerativa, não avançou mais.

Com a felicidade de ter encontrado a possível solução dos problemas do filho, Guidi teve que enfrentar uma nova disputa, agora não mais com a medicina, mas desta vez para não perder sua casa, que estava indo a leilão. Com os gastos inevitáveis pelos exames e pelas pesquisas e sua renúncia ao emprego para dedicar-se a Vitor, Adolfo teve que deixar de pagar as prestações do financiamento, o que lhe custaria a posse do imóvel.

Empenhado em manter o único imóvel da família, o engenheiro buscava reverter o processo que, assim com a doença do filho, parecia irreversível, e se estendeu por nove anos. Durante este tempo, a dívida, que era de 24 mil reais, passou a custar quase 120 mil. Muitas negociações e noites sem sono faziam parte da rotina de Guidi, que desde o começo seguia confiante de que tudo acabaria bem. Com otimismo e confiança em Deus, os resultados começaram a aparecer mesmo em meio as dificuldades. Um advogado conhecido aceitou realizar a ação e defendê-lo para receber quando ele pudesse pagar, já que o pagamento antecipado era inviável para o pai de Vitor.

Com o processo em andamento, o caso passou por várias audiências de negociação, a primeira delas em Curitiba, sendo encaminhado para Porto Alegre e, em seguida, para Brasília. Segundo Guidi, desde a primeira audiência a certeza de um bom resultado já aumentava sua fé na providência. “Eu dizia ao advogado e as pessoas com quem conversava que a casa seria minha, ninguém acreditava muito, mas eu sabia que Deus estava comigo e não iria me abandonar”, afirma.

Na segunda audiência realizada, o valor cobrado pelo banco diminuiu de 119 mil para pouco mais de 48 mil reais. Guidi ainda não tinha condições de pagar, pois a renda que possuía era resultado dos pequenos trabalhos que realizava na modesta oficina mecânica montada em sua casa. Ainda sem uma solução para seu problema, Guidi continuava o tratamento que havia descoberto e os cuidados com a doença de Vitor. Encaminhado para a terceira negociação, que a princípio seria realizada em Brasília, mas que por um mutirão judicial, foi transferida para Curitiba, o caso estava perto de uma solução.

Adolfo decidiu então apresentar Vitor, contar sua história e os motivos pelos quais não havia conseguido pagar a casa, e assim comoveu os conciliadores e juízes presentes na audiência. Mesmo assim, pediu para que não fosse visto com pena, mas apenas que considerassem seus argumentos, que eram a razão de sua dificuldade em quitar o valor cobrado.

Ao conhecer a história de dificuldades e superação de Guidi, a juíza Anne Karina Stipp Amador Costa, titular da Vara do Sistema Financeiro de Habitação de Curitiba e, além disso, mãe de três filhos, elaborou uma possível solução. Anne propôs que o caso fosse encaminhado a Vara Criminal, onde já havia trabalhado como juíza. A possível solução viria de um enquadramento do caso no fundo pecuniário, que destina a verba arrecadada com detentos (fianças, etc.) e é encaminhada a instituições de ação social públicas e privadas. A aceitação para o caso de Guidi seria uma exceção, visto que jamais houve um caso de pessoa física inscrito no programa.

Em uma decisão inédita no País, o projeto de Anne Karina foi aprovado, e o Ministério Público, junto a Vara Criminal, decidiu quitar a dívida da casa. Com isso, Guidi ganhou o direito de continuar em sua casa e prosseguir com seus trabalhos na oficina mecânica montada em sua garagem. Segundo Anne Karina, a excepcionalidade da história e a força de vontade do pai de Vitor fizeram a diferença na resolução do processo. “Sempre procuramos ajudar as pessoas que precisam, e a história de Adolfo comoveu a todos. A Juíza da vara Criminal decidiu que era possível resolver e nos esforçamos para poder ajudá-lo. Acho que confiar com toda a sua fé fez com que ele solucionasse seu problema. Quando a gente faz nossa parte o universo conspira a nosso favor, e o Adolfo fez tudo o que podia fazer para salvar seu filho e conseguiu”, relata.

Solucionado, o caso de Adolfo abriu a oportunidade de resolução para o problema de várias outras pessoas. De acordo com a juíza Anne, o que chamou a atenção neste caso, foi a postura de Adolfo diante das dificuldades, sua atitude de não se colocar como vítima em nenhum momento. Para ela, abandonar a carreira e doar sua vida para dedicá-la ao Vitor foi um extremo ato de amor e doação realizado por Guidi.

Depois de solucionado o problema com a dívida, Adolfo vive hoje na residência de onde tira seu sustento. Além dos trabalhos com a oficina mecânica, realiza o trabalho de tesoureiro voluntário na Escola de educação Especial 29 de Março, onde seu filho Vitor estuda. Na instituição, ele compartilha de sua experiência e força de vontade, ajudando no trabalho realizado com 105 alunos portadores de necessidades especiais diferentes. O tratamento descoberto por ele já faz traz resultados para outras crianças, porém, ainda não é reconhecido pela medicina. Com os cuidados do pai, Vitor, hoje com 22 anos de idade, foi o primeiro portador da doença a viver mais de 12 anos e apresenta bom estado clínico.

Para Guidi, a maior felicidade hoje é poder ter seu filho por perto. Segundo ele, Vitor é o grande herói desta história. “Por mim mesmo eu não teria conseguido suportar tudo isso. Minha fé e confiança em Deus me levaram a encarar as dificuldades, além do meu amor pelo Vitor, que sempre manteve a vontade de viver e a alegria. Afinal, que pai não doaria a vida por seu filho?”, conclui.

Letícia Paris

Reportagem publicada em 2010 na Revista O Mensageiro de Santo Antônio
(Vencedora do Prêmio Nacional Dom Helder Câmara de Imprensa 2011 - CNBB)