Pois é, os homens de preto (e marrom) chegaram à Invasão na quinta feira passada (23), botaram pra ferver e, principalmente, pra correr... Incendiaram geral, no sentido literário da palavra!!
Foi assim...
O bairro parou desde cedo, a rua foi fechada, os ônibus mudaram de rota para não passar em meio ao tumulto que iria acontecer. Era o assunto do dia, da semana e, provavelmente, do mês.
Houve fogo, balas de borracha, bomba de efeito moral e muita pedrada. Além disso, teve cinegrafista levando bala na cara e escudo feito com crianças e mulheres, que nada adiantou pois, em questão de minutos, só restavam escombros de barracos, famílias na calçada e policiais finalizando seu trabalho.
Só pude acompanhar o acontecimento quando ele já havia quase acabado, nisto, encontrei uma de nossas entrevistadas, de quando ainda haviam barracos. Felizmente ela me reconheceu, ficou feliz por ver que ainda estava acompanhando o caso e confessou que não sabia para onde ir. Enquanto isso, os invasores organizavam um abaixo assinado e davam entrevista aos jornais que, ao contrário de nós, estudantes, puderam estar lá desde o início da desocupação e acompanharam tudo bem de perto.
No dia seguinte, todas as manchetes dos jornais da capital eram sobre o mesmo tema. Alguns de maneira mais tendenciosa, relacionando o acontecimento com uma cena de guerra, outros mostrando mais ângulos de observação para o caso, alguns até com nome do bairro errado, afinal, Campo Comprido e Fazendinha não são o mesmo lugar. Observei todos na banca, comprei dois e li atentamente as páginas inteiras dedicadas ao fato.
Provavelmente, para muitos esta história acabaria neste episódio, com ou sem final feliz. Porém, a realidade é outra, e certamente, ainda renderá mais algumas publicações neste humilde Blog e muitas notícias nos jornais.
Até o momento desta postagem, os invasores permanecem acampados na calçada do terreno desocupado, até não se sabe quando.
Analisei bastante e poderia, sinceramente, ter chegado a alguma conclusão e poder expressar uma opinião sobre o assunto, porém, diante de tudo que vi e ouvi de ambas as partes, chego à conclusão de que a melhor posição neste caso é não ter posição. Permaneço na tentativa de imparcialidade e, apenas espero que tudo isso se resolva, seja de que maneira for.
Continuem acompanhando os próximos capítulos desta emocionante novela da vida real. Em breve, mais informações e considerações a respeito do caso.
Obrigada pela visita e volte sempre.
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