sexta-feira, 11 de junho de 2010

Na copa do mundo a esfera que gira não é o globo

Que beleza, chegamos novamente a uma copa do mundo!
Este evento único que, de quatro em quatro anos, modifica toda a sociedade dos mais diversos países do planeta, mas em especial o mais futebolístico deles, o Brasil.
É na terra do Cristo Redentor que o campeonato da Fifa consegue seus efeitos mais interessantes e impressionantes. Neste ano, a Africa se tornou o continente mais conhecido pelos brasileiros, a vuvuzela, que antes seria considerado um chingamento para quem ouvisse a palavra, agora é um dos objetos mais vendidos das lojas de 1,99, nas cores da bandeira, é claro. Na verdade, o objeto sempre existiu, simplesmente era conhecido como corneta, mas bastou que os sul-africanos aparecessem nas reportagens dançando e cornetando suas vuvuzelas para que a população já se tornasse íntima da "inovação".
Com o ínicio dos jogos oficiais e até mesmo antes, com os amistosos, todo o País inicia o cumprimento da tradição de paralisar tudo, fechar ruas, cancelar compromissos apenas para ver as partidas da seleção canarinho. Aliás para a maioria, a escolha do país de realização desta copa foi excelente, pois acontecendo na África do Sul, os jogos são transmitidos em horário comercial brasileiro, e forçam a folga para acompanhá-los. Muitos nem gostam de futebol, mas como bons brasileiros adoram um feriado forçado, e aproveitam para ir pra casa dormir enquanto o mundo para em volta das televisões. O mais incrível é que muitas guerras internas são declaradas se o patrão não liberar seus funcionários, como se fosse algo garantido por direito trabalhista. Inclusive, na maioria das vezes, o próprio patrão declara a folga de sua empresa, afinal, cervejinha e futebol em meio a bandeiras e muito verde amarelo é mesmo mais importante que qualquer negociação empresarial.
No decorrer dos jogos a esperança de uma nação vai aumentando com as vitórias nacionais e se, de repente, isso for abalado por uma desclassificação, é o suficiente para que ninguém mais queira ouvir falar de vuvuzela!
Na época da copa também não se ouve falar de tristezas, terremotos não acontecem, enchentes não afetam ninguém e até os terroristas deixam seus ataques para outra data, e mesmo que aconteçam não há lugar nos noticiários já recheados de notícias sobre os jogos, afinal, catástrofes e tragédias podem esperar, mas não a expectativa para saber quem será o campeão.
Enfim, no País do futebol e em todo o mundo acaba de começar a competição que faz o planeta parar, porque quem gira agora é a bola!
Obrigada pela visita e volte sempre.

sábado, 30 de janeiro de 2010

2010: 365 dias de acontecimentos em apenas um mês

Mal começamos o ano e já temos um histórico suficiente para fazer uma retrospectiva 2010. Só em janeiro já ocorreram grande parte dos acontecimentos que, normalmente, demoram todo o ano para se realizarem. A começar pelas marcantes enchentes e desabamentos que devastaram e continuam afetando todo o território nacional. Realmente alguém precisa fazer os índios pararem com a dança da chuva ou desligar a torneira da nuvem de São Pedro. Inclusive a tese de que a vida terrestre seria extinta por falta de água está perdendo credibilidade, afinal, tem água literalmente caindo do céu.
Com tanta chuva, em breve o Planeta Terra vai ter que mudar de nome e passar a ser Planeta Barro, pois o que não faltam são morros desabando.
Mas, como já discutimos sobre o dilúvio brasileiro em minha última postagem, outros assuntos de destaque merecem atenção neste mês de tantas confusões. Os terremotos no Haiti, por exemplo, foram temas quase que absolutos nos telejornais de 2010. A devastação foi tanta que até a tia que pesava os moleques desnutridos acabou como vítima deste triste episódio. A morte de Zilda Arns e de muitos brasileiros, assim como a grande destruição e tristeza dos haitianos comoveu toda a população brasileira que, sem ter como ajudar pessoalmente, rezou até para os santinhos de políticos que encontrou nas gavetas e contou suas últimas sagradas moedinhas para depositar na conta bancária que recebia as doações.
Os acontecimentos são tantos que até no setor policial o caderno de boletins de ocorrência das delegacias já estão ficando cheios demais para apenas um mês. Desde a morte da cabeleireira assassinada pelo marido até o falecimento da jornalista de Brasília após uma lipoaspiração, as funerárias lucraram nestas quatro semanas. Alguns clientes até chegaram a dizer que as empresas fúnebres estão “enfiando a faca”.
No setor da saúde, janeiro não foi muito feliz para algumas celebridades, a apresentadora Hebe, assim como Alline Moraes e outros artistas teve que passar algum tempo no hospital. Mas para ela isso não teve problema, certamente Hebe deve ter achado o local uma “gracinha”, como ela sempre afirma.
Em todos os setores, com acontecimentos bons ou ruins, janeiro trouxe muito assunto para comentários. Enfim, se 2010 for como seu primeiro mês, não é possível prever o que mais está por vir, apenas pode-se esperar um ano de fortes emoções.
Obrigada pela visita e volte sempre, se tudo der certo.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Janeiro e o dilúvio brasileiro

Realmente São Pedro resolveu sacanear a população nacional. Na tão esperada virada do ano não foram apenas as garrafas de champagne que estouraram, mas o limite de resistência de muitas cidades também se rompeu, levando com a água das chuvas muito mais que um monte de terra. Sem dúvida, os primeiros dias de 2010 fizeram honra ao número final do ano: DEZbarrancou tudo nos morros ou fora deles.
Nas manchetes do dia 1° os desastres dividiram as atenções em meio a lotação das estradas e os resultados dos eventos badalados da virada do ano. Em Angra dos Reis foi bem mais fácil pular as sete ondinhas tradicionais da simpatia, pena que dessa vez elas trouxeram muita lama e pedras grandes.
Em São Luis do Paraitinga o estrago destruiu a história centenária dos prédios tombados como patrimônios e nem a igreja matriz da cidade escapou, realmente como diz o tradicional ditado popular, "santo de casa não faz milagre" ainda mais com uma enchente daquela.
O dilúvio brasileiro afetou vários Estados do País, aliás, dessa vez foi tão forte que nem o Noé apareceu para salvar alguns bichos. Com certeza ele também ficou com medo da lama, afinal, sua arca ia precisar de um bom motor para desatolar.
Mas se houve muita destruição, mortes, caos, etc. também há vantagens: agora todo mundo tem piscina em casa, mesmo quem nem tem mais casa. E falando em piscina, os acidentes foram tão relevantes que, provavelmente, Cesar Cielo deve ter passado por lá para ajudar a resgatar algumas vítimas e inaugurar uma nova modalidade: natação 100m com barreiras (barreiras = derivado de barro).
Piadas a parte, a situação das cidades atingidas é preocupante e todos esperam que os atingidos consigam se reestruturar. As doações e o trabalho dos voluntários na reconstrução dos municipios e resgate de vitimas são de fundamental importância nessa hora. Afinal, brasileiro é solidário até de baixo d'água.
Obrigada pela visita e volte sempre

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Brasil: o mais novo albergue para dirigentes políticos

O Brasil é mesmo um País acolhedor! Acolhe-dor, acolhe-doenças, acolhe-refugiados, acolhe-presidente deposto...
Nas últimas semanas a imprensa de todo o mundo tem publicado reportagens e divulgado informações a respeito do ex-presidente de Honduras que, após ser deposto, refugiou-se na embaixada brasileira do País para fugir da ação de manifestantes.
Diante dessa baita roubada em que nosso Brasil varonil se meteu, a população ainda se vê diante da pergunta básica que não quer calar: "O que o nosso País tinha a ver com o problema deles?!"
Pois bem, somos uma nação solidária, adoramos emprestar açúcar para o vizinho e achar que está tudo bem, mesmo quando nos exploram ou tentam nos enganar.
É uma beleza, não é?! O nosso país do carnaval e das boas ações passa o ano inteiro ajudando esses vizinhos da américa, nunca recebe nada em troca e ainda tem que comprar uma confusão que nem é dele. É isso ae Honduras, muito obrigado por nos colocar em roubada! A embaixada brasileira se envolveu no caso como alguém que resolve dar um palpite em briga de casal. No fim, Honduras voltará as pazes e o Brasil é que vai se ferrar.
Mas tudo bem, o incrível é pensar como o Sadam Hussen, Bin Laden e outros perseguidos mundiais não pensaram nisso antes. Se esconder no Brasil é a solução! Aliás, isso é possível em todo o mundo, afinal, o nosso presidente vive viajando para estabelecer embaixadas em outros países. Assim, temos filiais do albergue Brasil em todos os lugares do planeta.
A população brasileira poderia depor o seu presidente e persegui-lo, para acabar com a embaixada hondurenha e se vingar.
Então, fica a dica para você que é casado: se brigar com a esposa, já sabe para onde fugir.
Obrigada pela visita e volte sempre. (se não for hondurenho, claro)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

H1N1: a neurose da vez

Falar de gripe é fácil, difícil é encontrar Tamiflu para todo mundo.
Sei que já falamos sobre a gripe há algum tempo atrás, mas não tive como não escrever de novo, afinal, o tema se desenvolveu muito desde meu último comentário a respeito. Dessa vez, minha observação se baseia no trabalho da imprensa sobre o caso.
Com a propagação do vírus H1N1, os jornais do mundo todo tem se dedicado a levantar dados e divulgar tudo que conseguem a respeito da nova doença. O resultado dessa obsessão pela gripe corresponde diretamente na realidade das pessoas.
Por não possuir muitas fontes ou pela falta da capacidade de filtrar as mensagens que recebe, parte da população baseia-se nas notícias que lhe são apresentadas para tomar atitudes e formar sua opinião. Ou seja, as “Marias-vai-com-as-outras” tornaram-se apavoradas diante do bombardeio de notícias trágicas referentes a gripe suína.
A crise econômica, a morte de Michael Jackson e muitos outros assuntos que eram priorizados anteriormente foram colocados em segundo plano diante da pandemia psicológica que se aplicou sobre os espectadores.
Levando em consideração a relação de importância dada as notícias nos últimos tempos, o H1N1 pode ser considerado mais perigoso que o Osama Bin Laden, afinal, os bombardeios realizados em território palestino e americano não impediram ninguém de cumprimentar ou abraçar um amigo, a não ser que este fosse homem-bomba, claro. O pânico gerado pelo conflito também não apavoraram toda a população mundial como aconteceu exageradamente com o caso da gripe, incluindo a paralisação de alguns Países com o objetivo de extinguir os focos da doença. Todos assustados com as notícias divulgadas a respeito.
Diante do desespero dos consumidores, as fábricas de álcool gel e os vendedores de máscaras de proteção aproveitaram para lucrar muito. Mas nenhum lucro se compara ao dos fabricantes de Tamiflu. O escasso remédio se tornou o principal indicado dos atendimentos recebidos em todos os hospitais. A busca pelo medicamento tomou uma proporção impressionante e crescente a cada manchete divulgada a respeito da doença.
Não demorará muito para que o tema seja esquecido e deixado de lado, em breve já terão descoberto um assunto mais devastador para sobrecarregar as escaladas dos jornais. E, só para variar, todos ficarão impressionados e neuróticos novamente.
Para concluir, é interessante destacar que, enquanto as manchetes dos jornais se enchem de materiais sobre a nova gripe, os traficantes continuam “trabalhando”, o trânsito continua causando transtornos, a educação continua precária e os governantes continuam sendo julgados por corrupção, enfim, o mundo continua girando, mas os noticiários estão ocupados demais para desenvolver outras pautas.
Obrigada pela visita e volte sempre, se não ficar doente.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Brasil: a grande lixeira da Inglaterra!!

No começo deste mês foram descobertas no Porto de Santos mais de mil toneladas de lixo enviados por empresas inglesas como se fossem plástico reciclável. Realmente nossa política internacional está muito favorável, é um orgulho para os habitantes deste nosso amado País tropical, um dos mais promissores países em desenvolvimento no mundo, saber que agora também somos um principal importador de lixo inglês. Ser a lixeira do mundo certamente é motivo de grande satisfação para nós.
Enquanto mandamos centenas de jovens e adultos para estudar, trabalhar e passar anos na Inglaterra, os ingleses também investem em intercâmbio no Brasil, pena que os containers intercambistas não falam português, não é?! Mas a gente ensina rapidinho, afinal já estamos acostumados com lixo gringo mesmo.
Agora, as investigações tentam esclarecer de onde veio e como essa carga de cheiro indesejável chegou até o Brasil e, sinceramente, deve ter sido encomendada via internet por algum deputado trabalhando como sempre, sujando o País.
Sendo assim, podemos lançar a campanha: "Lixeira Global - por uma globalização de resíduos", onde teremos a nossa chance de esvaziar nossos aterros sanitários e mandar tudo em containers, assim como já estamos recebendo.
Concluindo e irônicamente falando, os ingleses apenas estão obedecendo a famosa frase: jogue o lixo no lixo.
Obrigada pela visita e volte sempre.

(agradecimentos a Luan L. Silveira pela sugestão de tema)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Michael Jackson e Ronaldo, os carrascos mais amados da atualidade

Como a mídia é interessante, não é?!
Basta um enfoque diferente das notícias para qualquer vilão ou fracassado se tornar uma figura ilustre, amada por todo o País.
Até o ano passado, se perguntásse-mos a opinião de qualquer pessoa sobre Michael Jackson ou Ronaldo, certamente a resposta não seria muito positiva. Provavelmente, a primeira lembrança que existia na cabeça de todos os brasileiros era a de que Ronaldo se tratava apenas de um quase fracassado, gordo, que deveria se aposentar. Quanto ao Rei do Pop, podemos afirmar com certa convicção que todo mundo lembrava dele apenas como o pedófilo que não servia mais para o sucesso. Pois 2009 é o ano da reafirmação dos vilões. A morte de Michael Jackson trouxe consigo o perdão para todas as noticias que o tornavam má pessoa, ninguém mais lembra das denúncias feitas a ele, ou das plásticas e cirurgias que o tornavam um cidadão fútil. Agora as matérias especiais e a comoção dos fãs, noticiada com ênfase, eterniza o irmão Jackson como um cara legal, ótimo pai e melhor cantor de todos os tempos. Não desconsiderando suas virtudes, afinal o rei do pop marcou sim a era musical em que viveu, mas o que não se pode esquecer é que tudo o que ele fez lhe custou um grande preço.
No caso de Ronaldo, o que se pode observar é uma supervalorização de tudo que acontece com ele. "E agora acompanhamos o fenômeno indo comprar pão. E toda a torcida da fiel vai junto com ele, nunca se consumiu tanta manteiga no corinthians. É a era de Ronaldo".
Qualquer outro jogador pode fazer 5 gols pelo campeonato brasileiro, mas certamente será menos noticiado do que os dois ou três de Ronaldo.
São apenas dois exemplos causados pelo enfoque e apresentação das noticias. A partir disso é bom pensar bem na forma com que filtramos as informações.
Em breve postarei com mais humor e menos crítica, só não poderia deixar passar essas observações, já que são os assuntos do momento.
Obrigada pela visita, continue fazendo o passinho do Michael Jackson só porque viu na TV, e volte sempre.